terça-feira, 25 de agosto de 2009

Indústria Cultural

A partir de quando poderíamos falar em Indústria cultural ou cultura de massa? E mais, o que significam esses termos? Por que associar indústria a cultura? Que tipo de mercadoria essa indústria, afinal de contas, produz?

Talvez possamos falar em Indústria de cultural com segurança a partir do século XVIII. O fato marcante foi a multiplicação dos jornais na Europa. Se até a Idade Média a leitura e a escrita eram privilégios do clero e de parte da nobreza, isso se modificou no capitalismo. As características básicas do novo modelo socioeconômico que se impunha eram a urbanização, a industrialização e, principalmente, a criação e a ampliação do mercado consumidor. As cidades passam a ser pólos de importância social, econômica e cultural. A população vai abandonando o campo rumo à cidade e ao trabalho nas fábricas. A mecanização barateia os produtos e, conseqüentemente, aumenta o mercado consumidor. A burguesia comercial e industrial se estabelece como classe hegemônica, e as classes médias crescem. Esse novo público será conquistado pelo mercado em geral e, também pelo mercado de bens culturais.

É nesse sentido que os jornais assumem grande importância. Paralelamente ao barateamento do papel, há uma elevação no número de leitores, uma tendência que se impõe. Os jornais divulgam notícias, crônicas políticas e os chamados folhetins (precursores do romance e, inclusive, das novelas de televisão atuais). As estórias que os jornais publicam no rodapé de suas páginas vêm em capítulos, obrigando o leitor a comprar o próximo exemplar para saber a continuação da trama.

Alguns sociólogos afirmam que não se pode pensar em cultura erudita ou cultura popular sem antes considerar a existência da indústria cultural. O jornal do século XVIII certamente já interferia na produção e divulgação das ideias, bem como no predomínio de umas, e não de outras.

Além disso, se lembrarmos o quanto a sociedade estava mudando nesse período, poderemos compreender a atitude dos primeiros folcloristas ou colecionadores, que queriam coletar e preservar as velhas canções populares, ao perceberem que a nova sociedade dava cada vez menos espaço para essas manifestações culturais. As populações camponesas chegavam às cidades e tinham, obrigatoriamente, que se adaptar ao seu ritmo alucinante. No campo, praticavam uma arte e um lazer integrados à sua rotina de vida e de trabalho. Nas cidades, o lazer e a arte se transformavam em serviços oferecidos por profissionais dedicados ao ramo dos espetáculos, como os circos, as companhias de teatro e de dança, cujos componentes passaram a ocupar um lugar específico na divisão social do trabalho.

Mas porque chamar isso tudo de cultura de massa ou de indústria cultural: O primeiro termo faz com que vejamos a sociedade moderna como uma sociedade de massas, de multidões padronizadas e homogêneas, ou no máximo compartimentalizadas em setores com características semelhantes. O segundo termo remete às ideias de produção em seriem de comercialização e de lucratividade, características do sistema capitalista. Podemos imaginar, então, o estabelecimento de uma indústria produtora de jornais, livros, peças, filmes, em resumo de “mercadorias” culturais.

2 comentários:

  1. muito bom, me ajudou bastante a enteder o que, de fato, é a indústria cultural

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  2. Eu amo essas respostas, colo a prova td kkkkkkkkk

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